LIVRO DO CÉU VOLUME 5-21
Outubro 12, 1903
Significado da coroação de espinhos.
(1) Esta manhã, vi o meu adorável Jesus, coroado de espinhos, e, vendo-o naquele modo, disse lhe: “Doce Senhor meu, por que vossa cabeça invejou a vosso flagelado corpo que havia sofrido tanto e tanta sangue tinha derramado, e não querendo a cabeça ficar atrás do corpo, honrado com o adorno do sofrer, instigaste a si mesmo os inimigos a coroar-se com uma coroa de espinhos tão dolorosa e tempestuosa?”.
(2) E Jesus:
“Minha filha, muitos significados tem esta coroação de espinhos, e por quanto disse fica sempre muito por dizer, porque é quase incompreensível à mente criada o por que minha cabeça quis ser honrada com ter sua porção distinta e especial, não geral, de um sofrimento e espalhamento de sangue, fazendo quase concorrência com o corpo, o por que foi que sendo a cabeça que une todo o corpo e toda a alma, de modo que o corpo sem a cabeça é nada tanto que se pode viver sem os outros membros, mas sem a cabeça é impossível, sendo a parte essencial de todo o homem, assim é verdade, que se o corpo peca ou faz o bem, é a cabeça que dirige, não sendo o corpo outra coisa que um instrumento, então, devendo minha cabeça restituir o regime e o domínio, e merecer que nas mentes humanas entrassem novos céus de graças, novos mundos de verdade, e destruir os novos infernos de pecados, pelos quais chegariam a tornar-se vis escravos de vis paixões, e querendo coroar a toda a família humana de glória, de honra e de decoro, por isso quis coroar e honrar em primeiro lugar a minha humanidade, embora com uma coroa de espinhos dolorosíssima, símbolo da coroa imortal que restituía as criaturas, removida pelo pecado. Além disso, a coroa de espinhos significa que não há glória e honra sem espinhos, que não pode haver jamais domínio de paixões, aquisição de virtudes, sem sentir-se perfurar até dentro da carne e do espírito, e que o verdadeiro reinar está no doar-se a si mesmo, com as picadas da mortificação e do sacrifício; ademais estes espinhos significavam que verdadeiro e único Rei sou Eu, e somente quem me constitui Rei do próprio coração, goza de paz e felicidade, e Eu a constitui rainha de meu próprio reino. Além disso, todos aqueles rios de sangue que brotavam de minha cabeça eram tantos riachos que ligavam a inteligência humana ao conhecimento de minha supremacia sobre eles”.
(3) Mas quem pode dizer tudo o que ouço dentro de mim? Não tenho palavras para expressá-lo; antes o pouco que disse me parece haver dito incoerente, e assim creio que deve ser ao falar das coisas de Deus, por quanto alto e sublime um possa falar, sendo Ele incriado e nós criados, não se pode dizer de Deus mais que balbucios.
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