A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO E A SUSPENSÃO DA MORTE
Além do grande castigo da purificação, outros eventos extraordinários
estarão associados ao Dia da Vinda Gloriosa do Senhor e, neste sentido, a
primeira ressurreição dos mortos e a suspensão da morte são triunfos decisivos
da Parusia:
Ap 20, 4-6: Vi então tronos, e aos que neles se sentaram foi dado poder de
julgar. Vi também as vidas daqueles que foram decapitados por causa do
testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e dos que não tinham adorado a
Besta, nem sua imagem, e nem recebido a marca sobre a fronte e a mão: eles
voltaram à vida e reinaram com Cristo durante mil anos. Os outros mortos,
contudo, não voltaram à vida, até o término dos mil anos. Esta é a primeira
ressurreição. Feliz e santo aquele que participa da primeira ressurreição!
Sobre estes a segunda morte não tem poder: eles serão sacerdotes de Deus e
de Cristo, e com ele reinarão mil anos.
1 Ts 4, 16-17: Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da
trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro; em seguida nós, os vivos que estivermos lá, seremos arrebatados
com eles nas nuvens para o encontro com o Senhor, nos ares. E assim,
estaremos sempre com o Senhor.
Há diferentes aspectos neste tesouro da revelação messiânica; em
primeiro lugar, a Parusia impõe um julgamento prévio e parcial da
humanidade (‘foi dado poder de julgar’), o primeiro julgamento, em
contraposição ao Juízo Final, que envolverá toda a humanidade, incluindo-se
todos os espíritos decaídos que foram expulsos do céu. Neste juízo inicial,
não terão parte os ímpios, porque ‘ficarão de fora os cães, os mágicos, os
impudicos, os idólatras e todos os que amam ou praticam a mentira’(Ap
22,15); aqueles que não estão inscritos no livro da vida (Ap 20,15) serão
julgados e receberão o justo salário (Ap 22,12) somente no fim dos mil anos
do Reino Messiânico Universal. Da mesma forma, a primeira ressurreição não
inclui todos os justos falecidos, mas somente aqueles que foram martirizados
(‘decapitados’) pelo testemunho da Palavra de Deus (‘os outros mortos não
voltaram à vida, antes do término dos mil anos’).
Os felizes e os santos, que participarão da primeira ressurreição e sobre
os quais a morte eterna (‘a segunda morte’, em contraposição à morte física)
não mais poderá prevalecer, são subdivididos em dois grupos principais: (i) os
mártires e santos de Deus, imolados por causa da Palavra de Deus e do
testemunho que dela tinham prestado (Ap 6,9) ao longo da história da
humanidade; (ii) as vítimas da grande tribulação, que não se venderam ao
mundo, que não foram seduzidos pelo anticristo e que não se deixaram marcar
como criaturas do maligno, salvas para toda a eternidade, porque ‘lavaram
suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro’ (Ap 7,14). São as duas
multidões dos eleitos ressuscitados, com suas vestes brancas (símbolo da
alegria triunfante) que serão arrebatados ao céu , para adorar a Deus dia e
noite na glória eterna:
Ap 7, 15-17: “Aquele que está sentado no trono estenderá sua tenda sobre
eles: nunca mais terão fome, nem sede, e o sol nunca mais os afligirá, nem
qualquer calor ardente; pois o Cordeiro que está no meio do trono os
apascentará, conduzindo-os até às fontes de água da vida. E Deus enxugará
toda lágrima de seus olhos.”
Além da primeira ressurreição, a Parusia introduz, no quotidiano geral
de todos os sobreviventes da grande tribulação, a extraordinária experiência
do arrebatamento, sem a intervenção da morte física, uma vez que, em um
mundo sem pecado, a morte torna-se inútil, pois o aguilhão da morte é o
pecado (1Ts 15,56). Porém, não se trata ainda da destruição definitiva da
morte, porque muitos homens ainda estarão mortos e assim permanecerão até
a ressurreição no fim do mundo (segunda ressurreição) que, então, completará
o resgate à morte de todos os homens que viveram. Assim, somente no Juízo
Final, a morte é destruída para sempre porque o último inimigo a ser destruído
será a Morte (1 Cor 15,26).
Assim, os homens da nova humanidade reconciliada plenamente com
Deus, após a purificação e transfiguração, serão carne viva mas
espiritualizada, inacessível à corrupção, ao mal e ao pecado. No Reino de
Maria, não haverá lugar para doenças, guerras, impiedade, injustiças ou
quaisquer tipos de violência e, pela graça da morada habitual com Deus,
também não haverá lugar para a própria morte. A passagem do paraíso
terrestre para os jardins celestes, da carne santificada para o corpo glorioso,
deverá ocorrer então instantaneamente, a um leve sopro de Deus, cada um no
seu devido tempo (Cor 15,23):
1 Cor 15, 51-52: Eis que vos dou a conhecer um mistério: nem todos
morreremos, mas todos seremos transformados. Num instante, num abrir e
fechar de olhos, ao som da trombeta final, pois a trombeta tocará, e os mortos
ressurgirão incorruptíveis e nós seremos transformados.
O arrebatamento começará imediatamente após a vinda gloriosa de
Jesus e muitos sobreviventes da grande tribulação o experimentarão,
simultaneamente à multidão dos ressuscitados na primeira ressurreição
(‘seremos arrebatados com eles nas nuvens para o encontro com o Senhor, nos
ares”; 1 Ts 4,17). Os demais eleitos, construtores da nova humanidade no
terceiro milênio, formarão o Reino Messiânico Universal ou Reino de Maria.
Ap 21,4: Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá
morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As antigas coisas
se foram!”
P.19 – A DERROTA DE SATANÁS
A derrota final de Satanás está directamente relacionada à ação da
Mulher vestida de sol e se insere no contexto de um contínuo e gigantesco
combate entre as forças do bem e do mal que se trava no domínio espiritual,
envolvendo os anjos e os demónios e a humanidade inteira, desde períodos
imemoriais (Ap 12, 7-9); é uma luta tremenda e incessante entre os espíritos
fiéis ao Criador e os sequazes de Satanás, desencadeada pelo orgulho e
soberba de Lúcifer em ser maior do que Deus. Expulsos do paraíso e
precipitados no inferno, os demónios actuam sobre a humanidade, buscando
prostrá-la sob o jugo do ódio, da violência, das guerras, do egoísmo, do
prazer, da soberba e da apostasia. Este combate sobrenatural foi confirmado
pela célebre revelação do século de provações contida na visão do Papa Leão
XIII (1878-1903), de que Satanás teria sido liberado do inferno para submeter
a Igreja à prova, com o intuito de destruí-la completamente e perverter toda a
humanidade. Em se aproximando o fim deste período sem conseguir seu
intento, Satanás estremece de fúria contra Deus e os homens e intensifica ao
extremo todas as suas iniquidades. Assim, torna-se particularmente ativa a
actuação dos anjos junto às criaturas humanas:
02/10/92 – Este último período da purificação e da grande tribulação
corresponde a uma forte e particular manifestação dos Anjos do Senhor
… Entrastes na fase mais dolorosa e difícil da batalha entre os espíritos do
bem e do mal, entre os anjos e os demónios. É uma luta terrível que se
desenvolve ao vosso redor e acima de vós. Vós, pobres criaturas terrenas,
estais envolvidos nessa luta …
Aos anjos do Senhor está destinada a missão de anunciar a todos os
justos os tempos da libertação e do fim de todas as iniquidades impostas à
humanidade particularmente ao longo deste século de provações.
02/10/92 – … estes são os tempos em que se deve fazer ainda mais forte e
contínua a ação dos vossos Anjos da Guarda … a eles (aos Anjos do
Senhor) está reservada a tarefa de dar-vos o anúncio tão esperado da
vossa próxima libertação.
Nossa Senhora ratifica o texto bíblico (Ap 14, 6-13) sobre os três anjos
que anunciam a hora do julgamento final, em três anúncios sucessivos que
proclamam que a hora do juízo acontecerá após a derrota de Satanás e de todo
espírito diabólico, que os justos herdarão os novos céu e terra e que os ímpios
“Tudo Vos foi revelado” pág. – 56 –
e incrédulos, assinalados com a marca da Besta, beberão o cálice da ira de
Deus e serão atormentados com fogo e enxofre pelos séculos sem fim.
Mt 24,31: Ele enviará os seus anjos que, ao som da grande trombeta, reunirão
os seus eleitos dos quatro ventos, de uma até a outra extremidade do céu.
02/10/92 – Todos os demónios e espíritos dos condenados que nestes anos
se espalharam por toda parte do mundo, para a ruína e condenação das
almas, serão precipitados no inferno, de onde saíram, e não mais poderão
causar dano. Todo o poder de Satanás será destruído … A vossa libertação
coincidirá sobretudo com o prémio concedido a todos aqueles que, na
grande prova, se mantiveram fiéis …
A completa libertação de todo mal e pecado implica o triunfo do
Imaculado Coração de Maria e a sua vitória final sobre Satanás e seus
sequazes, através dos eventos inseridos no âmbito do primeiro combate
escatológico.
Ap 19, 20-21: A besta, porém, foi capturada juntamente com o falso profeta, o
qual, a serviço da Besta, tinha realizado sinais com que seduzira os que
haviam recebido a marca da Besta e adorado a sua imagem: ambos foram
lançados vivos no lago de fogo, que arde com enxofre. Os outros foram
mortos pela espada que saía da boca do Cavaleiro. E as aves todas se
fartaram com as suas carnes.
07/10/92 – A minha vitória se cumprirá quando Satanás, com o seu
poderoso exército de todos os espíritos infernais, for preso dentro do seu
reino de trevas e de morte … Para isso deve descer do céu um Anjo, a
quem é dada a chave do Abismo e uma corrente com a qual amarrará o
grande dragão, a antiga serpente, Satanás, com todos os seus seguidores … Eu
sou a Rainha dos Anjos porque faz parte do meu próprio desígnio ser
enviada pelo Senhor para executar a maior e mais importante missão de
vencer Satanás.
Um Anjo é um mensageiro destinado a realizar, em nome de Deus, uma
missão particular. Nossa Senhora revela ser ela própria, como Rainha dos
Anjos que é e como preanunciada, desde o princípio, como inimiga da
serpente e como aquela que há de esmagar-lhe a cabeça, a enviada de Deus
para destruir o poder de Satanás sobre o mundo e encarcerá-lo no inferno, com
todos os seus seguidores. A Ela é confiada a chave que pode abrir e fechar a
porta do Abismo; a chave é o símbolo do poder daquele que é senhor de um
lugar que lhe pertence; assim, a chave pertence a Jesus, Senhor e Rei do
universo, ou seja, do céu , da terra e do abismo.
07/10/92 – Somente o Meu Filho Jesus possui a chave do abismo … que
abre e ninguém fecha, que fecha e ninguém abre … Jesus entrega esta chave,
que representa o seu divino poder, nas minhas mãos …
A chave é confiada a Nossa Senhora como Mãe, Medianeira e CoRedentora da humanidade. A vitória sobre Satanás será obtida com a corrente do Santo Rosário, a corrente com a qual o grande dragão será amarrado.
794/92 – A corrente do Santo Rosário tem, antes de tudo, a função de
limitar a acção do meu adversário … tem também o efeito de aprisionar
Satanás, isto é, tornar impotente a sua acção e diminuir e enfraquecer sempre
mais a força de seu diabólico poder … obtém, enfim, o resultado de tornar
Satanás completamente inofensivo.
Assim, os poderes diabólicos serão destruídos através da oração do
Santo Rosário, a extraordinária arma de combate dada aos homens para vencer
Satanás; Satanás será amarrado e, juntamente com todos os espíritos malignos,
será lançado no “lago de fogo e enxofre”. A porta do abismo será, então,
fechada por Nossa Senhora, com a chave do poder que Cristo tem sobre todo o
universo e também sobre o abismo. O domínio do mal sobre a humanidade
será destruído e nenhum espírito maligno poderá sair para o mundo para
perverter as almas. Serão os tempos da libertação e do Reino de Maria.
Ap 20,1-3: Vi então um Anjo descer do céu, trazendo na mão a chave do
Abismo e uma grande corrente. Ele agarrou o Dragão, a antiga Serpente – que
é o Diabo, Satanás – , acorrentou-o por mil anos e o atirou dentro do abismo,
fechando-o e lacrando-o com um selo para que não seduzisse mais as nações
até que os mil anos estivessem terminados.
P.20 – O REINO MESSIÂNICO UNIVERSAL E A NOVA
JERUSALÉM
Todas as manifestações proféticas contidas nos textos bíblicos ou outras
mensagens celestes convergem integralmente para um cenário messiânico
universal, associado ao retorno glorioso de Jesus e à implantação do seu reino
na terra.
13/10/92 – Levantai, portanto, os olhos para o céu, meus predilectos e filhos a
mim consagrados, porque sobre nuvens luminosas virá o meu filho Jesus,
no esplendor de sua glória, para instaurar entre vós o seu Reino de amor,
de santidade, de justiça e de paz.
O reino messiânico universal será um reino de um novo céu e de uma
nova terra, regido pela nova criação, uma humanidade completamente
renovada pela grande purificação:
Ap 21,1: Vi então um céu novo e uma nova terra – pois o primeiro céu e a
primeira terra se foram, e o mar já não existe.
24/06/97 – Quando Jesus retornar na sua glória divina e aparecer a toda a
humanidade, cada um será chamado a passar pela mesma experiência que
Pedro, João e Tiago tiveram sobre o monte Tabor. Porque Jesus se
manifestará no seu fulgor e a sua humanidade será completamente
transfigurada pela luz fulgidíssima da sua divindade.
O reino de Deus na terra será de uma paz perpétua, de grande santidade,
da nova Páscoa dos novos tempos:
01/01/93 – No final, depois do tempo da grande prova, vos espera o tempo
da grande paz, da grande alegria, da grande santidade, do maior triunfo
de Deus no meio de vós.
11/04/93 – Em breve, também ela (a humanidade) sairá deste seu imenso
sepulcro, para viver a Páscoa dos tempos novos, quando Jesus retornará na
glória para instaurar o seu reino de amor e de vida … É a Páscoa que vos
espera no final do tenebroso período de purificação e da grande
tribulação que agora estais vivendo.
O reino de Deus será, principalmente, o reino de uma Igreja Triunfante,
também acrisolada e purificada pelo fogo do Espírito Santo:
22/05/83 – Dai-nos, ó Espírito de Amor, uma Igreja fiel ao Evangelho,
anunciadora da verdade e resplandecente de grande santidade. Dai-nos, ó
Espírito de Amor, uma Igreja humilde, evangélica, pobre, casta e
misericordiosa. Com o vosso fogo divino, queimai o que nela há de
imperfeito; tornai-a despojada de tantos meios humanos de poder; libertai-a
dos compromissos com o mundo em que vive e que ela deve salvar; fazei com
que saia completamente renovada de sua purificação, sempre mais bela,
sem mancha e sem ruga, à imitação de Maria, sua Mãe Imaculada e vossa
Amadíssima Esposa.
O Reino Messiânico Universal será o paraíso ligado à terra, com Deus
reinando, ao mesmo tempo, entre as almas da terra e as almas do céu. É o
triunfo supremo de Deus em cada coração humano, no qual a divina vontade
será cumprida de maneira perfeita, assim na terra como no céu. O retorno de
Jesus na glória propiciará esta reconciliação, a plena interacção do Pai com
toda a criação na nova terra, plasmada como morada habitual de Deus com os
homens através da nova Jerusalém descida dos céus (em substituição à antiga,
porque todas as coisas serão renovadas).
1 Cor, 2,9: … o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração
do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam.
Ap 21, 2-3: Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma
Jerusalém nova, pronta como uma esposa que se enfeitou para seu marido.
“Tudo Vos foi revelado” pág. – 59 –
Nisto, ouvi uma voz forte que, do trono, dizia: “Eis a tenda de Deus com os
homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e ele, Deus-com-eles,
será o seu Deus.”
08/12/92 – A cidade pecadora terá então desaparecido e assim toda a criação
abrir-se-á para acolher a Cidade Santa, a nova Jerusalém, a morada
habitual de Deus com os homens.
A Jerusalém messiânica é a própria glória de Deus manifestada aos
eleitos (Ap 21,9 – 22,5), é a obra prima dos templos da terra em todos os
tempos:
08/12/92 – A luz desta Cidade Santa é o próprio esplendor do Pai; o sol
que a aquece é o Cordeiro Imolado, de cujo coração saem raios ardentes de
fogo e de amor ; a respiração é o sopro do Espírito Santo, que dá a vida e
move todas as criaturas para o seu canto de glória e de celestiais harmonias.
Ap 22, 17.20: O Espírito Santo e a Esposa (Igreja) dizem: “Vem!” Que aquele
que ouve diga também: “Vem!” … Aquele que atesta estas coisas, diz: “Sim,
venho muito em breve!” Amém! Vem, Senhor Jesus!
O Reino Messiânico Universal ou Reino de Maria deverá se estender
por mil anos (Ap 20,6), sendo que para o Senhor, um dia é como mil anos e
mil anos como um dia (2 Pd 3,8), ao fim dos quais, Satanás será libertado por
algum tempo (Ap 20,7) para a consumação do segundo combate escatológico,
nos tempos finais do julgamento das nações, do fim do mundo e do Juízo
Final.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade